Seria eu? Me vendo no reflexo dos teus olhos, que agora mareados brilham em lágrima. Me desdobrando e sendo queimado no fundo da tua retina, para ser gravado na história das tuas imagens. O instante exato em que presencio o presente virar passado e brota no canto da alma o nascimento de uma recordação. Ou, talvez nem chegaste a me ver, fosse um equívoco e você estaria a observar o sol poente, que no fim desta tarde vem dormir às minhas costas. Não saberei ao certo nunca, se era a mim que pertencia aquele olhar.