segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fúria

Sinto a pressão dos seus punhos, eles estão cerrados na forma de um coração, o coração que eu te dei. Você incorpora a revolta, arremessa seus vasos contra minha cabeça e me despreza por não ser feliz, e eu não te culpo, por saber que você tem razão. Pés descalços, caminha sobre os cacos de vidro, restos de sua fúria, sangra, o vermelho tingindo as ranhuras no chão, manchando a nossa história de vermelho. Para me ferir você sabia que teria de se cortar, eu te súplico para parar, querendo que você continue, porque só vou descansar quando você morrer, aqui dentro de mim.

3 comentários:

  1. Deixa sangrar. É sinal de que está saindo de dentro. É sinal de que um dia, por mais improvável que seja, isso tudo acaba.

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  2. quando se mata sem sentido, espero que a dor seja mais profunda.

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