Lá fora os bares, as pessoas e os ruídos. Num táxi a mais de meia hora, talvez tenha cruzado metade da cidade, ou esteja apenas na próxima esquina. Procurando um lugar pra ir, os prédios cheios de apartamentos, mas na verdade nenhum lar. O tempo medido na velocidade dos semáforos. Os carros que se colidem, as vidas que se arrasam e nós na esperança de nos encontrarmos. Mas estou perdido e nenhuma casa me pertence, nem mesmo a minha. Paro no sinal e vejo quem por mim passa e por trás de cada rosto, há um poema a ser contado. Só me sinto seguro assim, andando, como se meu corpo fosse a extensão dessa estrada. O taxímetro nunca para e esta corrida não tem preço, a vida incalculável.
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