Estar puto.
Uma semana inteira da mais pura merda, minha casa fede a cigarro e pior que eu nem fumo, meus vizinhos berram na minha janela, gritando suas mentiras como se eu quisesse ouvi-los, mas eu não tenho mais humor, sou um vegetal, até uma alface de ontem tem mais a dizer do que eu. Os cachorros me olham, abanam o rabo e mijam nas minhas pernas. Nada vezes nada parece dar certo, sou tão importante quanto a sobra do esterco da vaca manca do meu terceiro avô.
Estou de saco cheio de bancar o pacifista, que se matem, que se danem, não vou ser mais o cara que pede calma, mas sim o que manda preparar as baionetas. Hoje eu quero ver sangue. Eu tento ver beleza onde não há, encontrar o que não existe, tocar o que não se tem e no fim é só a mesma porra enlatada do mercado da esquina.
Acordei cansado de acordar, me revoltei com minha própria vida, solto catarro contra o vento só para poder cuspir na minha própria cara ordinária, decidi ser revolucionário aos vinte, pois cansei, cansei de ser eu mesmo.
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