sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Os pés do meu caminho
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
O coração do mendigo
O mendigo que caminha pela calçada, vítima dos trapos que lhe fazem parte. Encontra amor na rua, nos becos, nas vidas estranhas que despejam o dinheiro sobre seus colos. E neste caminhar que dos poros transpira o álcool, ninguém saberá dizer, quantos vagabundos cabem no coração de uma sarjeta.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Gotas
Resta um pouco da tua mão na minha, um pedaço do meu sorriso continua sendo culpa tua. O retalho dos anos ainda pinga na memória. A lembrança secando em gotas lentas sob o sol.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Dobrando estrelas
Estar livre para ser o que se quer. O que se deve, ser livre para ser, o que merecemos. Mesmo que pra isso tenhamos de matar a lógica, dobrar a estrela e apagar o sol. Ser livre a ponto de entender, que pela felicidade, nenhum preço é alto demais.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
A confusão dessas ruas
Lá fora os bares, as pessoas e os ruídos. Num táxi a mais de meia hora, talvez tenha cruzado metade da cidade, ou esteja apenas na próxima esquina. Procurando um lugar pra ir, os prédios cheios de apartamentos, mas na verdade nenhum lar. O tempo medido na velocidade dos semáforos. Os carros que se colidem, as vidas que se arrasam e nós na esperança de nos encontrarmos. Mas estou perdido e nenhuma casa me pertence, nem mesmo a minha. Paro no sinal e vejo quem por mim passa e por trás de cada rosto, há um poema a ser contado. Só me sinto seguro assim, andando, como se meu corpo fosse a extensão dessa estrada. O taxímetro nunca para e esta corrida não tem preço, a vida incalculável.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Sobre abandonar
Uma tarde dessas se explicaria. A porta da frente sempre esteve aberta, não se atreva a me dizer que eu queria te prender. Lá nos fundos da casa algumas quinquilharias, coisas suas que deixei empilhar. Mas o espaço está pequeno e vou ter que jogar toda aquela tralha fora. Te aviso agora, este lixo não é meu. Ferro velho são só coisas usadas e o mesmo perdeu o seu lugar. Quando deixa de servir, a gente tem que abandonar e eu escolho você para ir embora.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Abrir mão
Depois de um tempo você percebe que todo amor é provisório. Somos assim, pequenas crianças que diante de um desafio, apelam para o esquecimento. É a única maneira de evitar a dor. Mas também noto que no fim nosso único arrependimento é este amor, que por medo, deixamos de dar. Há um mundo inteiro lá fora, que a gente nunca vai conhecer, pra não correr o perigo de se apaixonar.